Por Mariana Domitila – 10 de julho de 2025.
O marketing está em constante fluxo, mas para 2026, a velocidade das transformações se intensifica, impulsionada por avanços tecnológicos exponenciais e um consumidor cada vez mais exigente e consciente. Para os profissionais e futuros líderes do marketing, a capacidade de prever e adaptar é mais do que uma vantagem competitiva, ou seja, é uma necessidade estratégica.
A seguir, exploraremos as quatro tendências mais impactantes para o marketing em 2026 e, crucialmente, nos alertas estratégicos que demandam nossa atenção imediata.
1. IA Generativa e o paradoxo da criatividade humana
A Inteligência Artificial Generativa amadurecerá significativamente em 2026, transformando intensivamente a criação de conteúdo, design e até mesmo estratégias inteiras de campanha. Veremos a IA não apenas otimizando, mas gerando ativamente textos, imagens, vídeos e experiências personalizadas em uma alta escala. Isso possibilitará uma hiper-segmentação ainda mais refinada e a automação de tarefas rotineiras, liberando equipes para focar em aspectos mais estratégicos.
🚨 Alerta Estratégico: A ubiquidade da IA generativa levanta o paradoxo da criatividade humana. Como garantir a autenticidade e a originalidade quando a IA pode replicar estilos e gerar volumes massivos de conteúdo? O desafio será usar a IA como uma ferramenta de potencialização, e não de substituição da mente humana. Marcas que não investirem em curadoria humana, revisão ética e a adição de um “toque” distintivo que a IA não pode replicar (emoção, empatia, nuances culturais profundas, humor “fora da casinha”) correm o risco de se tornar genéricas e perder a conexão emocional com o público. A transparência sobre o uso de IA na criação de conteúdo também será importante para a confiança do consumidor.
2. Economia da Atenção e a ascensão do conteúdo imersivo/interativo
Em 2026, a economia da atenção estará mais competitiva do que nunca. Consumidores estão exaustos de informações, e a capacidade de capturar e reter o foco será o ouro do marketing. Isso impulsionará a ascensão do conteúdo imersivo e interativo, incluindo experiências em Realidade Aumentada (RA), Realidade Virtual (RV) e a evolução de ambientes gamificados (Metaverso 2.0). Vídeos curtos continuarão dominantes, mas a busca por engajamento mais profundo levará a experiências que vão além da visualização passiva.
🚨 Alerta Estratégico: O risco de criar experiências complexas que não entregam valor real ou que são difíceis de acessar é alto. A inovação pela inovação não é uma estratégia. É fundamental que as experiências imersivas sejam intuitivas, acessíveis e que resolvam um problema ou ofereçam um benefício claro ao usuário. Além disso, a curva de aprendizado para novas tecnologias pode alienar parte do público. As marcas precisarão equilibrar a vanguarda tecnológica com a usabilidade e a relevância para um público amplo, garantindo que o investimento nessas plataformas resulte em um engajamento significativo e conversões.
3. A Centralidade do bem-estar e propósito genuíno (além do ESG)
Enquanto ESG permanece como fator importante, 2026 verá um aprofundamento na expectativa do consumidor por marcas que contribuam para o bem-estar integral da sociedade e do indivíduo. Isso vai além da sustentabilidade ambiental, abraçando a saúde mental, a inclusão social em todas as suas facetas (diversidade neuroatípica, envelhecimento, etc.) e o impacto positivo na comunidade local. Propósito se torna menos sobre “falar” e mais sobre “fazer” e inspirar mudança.
🚨 Alerta Estratégico: A autenticidade e a ação mensurável serão ainda mais fiscalizadas. O “well-being washing” (similar ao greenwashing, mas focado em bem-estar) será rapidamente detectado e poderá causar danos irreparáveis à marca. Consumidores buscarão evidências concretas de como as marcas contribuem para um mundo melhor e mais saudável. As iniciativas de bem-estar e propósito deverão ser profundamente enraizadas na cultura da empresa, refletidas em suas operações e comunicadas com total transparência, mostrando o impacto real gerado. Colaborações com organizações sociais de impacto comprovado também ganharão força.
4. Economia da Criador e a evolução das Comunidades Digitais
A Economia da Criador não é mais uma bolha, mas uma força estrutural no marketing. Em 2026, a influência se fragmentará ainda mais, com a ascensão de nano e pico-influenciadores especializados em nichos ultra específicos, construindo comunidades extremamente engajadas. As marcas precisarão se integrar organicamente nessas comunidades digitais, que se tornarão espaços primários de descoberta, interação e compra. A cocriação com criadores e a habilitação de conteúdo gerado pelo usuário (UGC) serão estratégias vitais.
🚨 Alerta Estratégico: O desafio será manter a autenticidade e a relevância em um ecossistema de criadores em constante expansão. A simples transação financeira com influenciadores não será suficiente. Marcas precisam desenvolver parcerias estratégicas baseadas em valores alinhados e cocriação genuína, que ressoem com a audiência do criador. Além disso, a gestão de múltiplas micro-parcerias exigirá ferramentas e processos mais sofisticados. A proliferação de criadores também significa um aumento no “barulho” digital; a capacidade de se destacar por meio de narrativas autênticas e comunidades verdadeiramente engajadas será o diferencial.
Considerações
O marketing em 2026 exigirá uma mentalidade ágil, uma profunda compreensão das tecnologias emergentes e, acima de tudo, um compromisso inabalável com a autenticidade e o propósito. As marcas que conseguirem navegar por essas tendências e evitar as armadilhas estratégicas estarão não apenas preparadas para o futuro, mas ativamente o moldando.
Deste modo, sugiro a seguinte reflexão: “qual dessas tendências você considera mais desafiadora ou promissora para a sua estratégia em 2026?”
Fontes para aprofundamento (Marketing 2026)
Para quem deseja se aprofundar nas tendências e alertas estratégicos de marketing para 2026, as seguintes fontes publicadas oferecem insights valiosos:
- Gartner – Marketing Insights
- McKinsey & Company – Marketing & Sales Insights
- Forrester – Marketing & Advertising Research
- Harvard Business Review (HBR) – Seção de Marketing
Ao consultar essas fontes, você encontrará uma base sólida para entender as projeções e os desafios que o marketing enfrentará em 2026.
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