Bauman e Freire,
o encontro que não aconteceu
Experiências no ensino superior com a prática do diálogo freireano em tempos líquidos
Zygmunt Bauman e Paulo Freire estão muito vivos em nossa contemporaneidade por meio de seus legados e nos diversos trabalhos de pesquisadores(as), educadores(as) e educandos(as) por eles impactados. Suas chamas pensantes ressoam entre teorias, pesquisas e práticas, a despeito de não estarem mais presentes para debaterem acerca dos efeitos de seus pensamentos e análises realizadas diante dos últimos acontecimentos mundiais, principalmente brasileiros, onde minha pesquisa mais se desenvolveu.
É antiga minha curiosidade em saber o que Freire pensaria ou diria a respeito, ou como encararia os caminhos da Educação, os papéis do(a) educador(a) e do(a) educando(a) no mundo líquido de Bauman. Do mesmo modo, em saber se, caso Bauman estivesse vivo e atuante, se ele escreveria algo sobre o Brasil e seus últimos acontecimentos políticos, econômicos, educacionais, religiosos e sociais. Esta curiosidade me acompanhou, e ainda me acompanha, durante todo o meu trabalho de pesquisa para minha tese de doutorado feito no Brasil e em Portugal, pesquisa esta que deu corpo e alma a este livro. É a partir desta curiosidade e das inquietações de tantas leituras dialogadas, vivências e observações do meu cotidiano, do meio no qual me encontro inserida, social, pessoal, profissional, principalmente no Ensino Superior, que proponho a ideia de “um encontro entre Bauman e Freire”, um encontro que não aconteceu, mas que poderia ter acontecido.
Um encontro fictício, que só ocorreu nos meus pensamentos, nas minhas intenções de aprender mais sobre a dinâmica dos pensamentos de Bauman e Freire. Porque Educação em tempos líquidos é também criar, inovar, propor novas maneiras de pensar e agir, procurar respostas e possibilidades diferentes que podem fazer toda diferença. O que eles conversariam, como se portariam, que referências e exemplos trariam para o diálogo, que tipo de concordâncias e discordâncias teriam? Um encontro que nunca ocorreu, em realidade, em off-line, em on-line, em esfera real, mas sim, no meu imaginário inúmeras vezes, instigando-me mais e mais a imaginar qual seria a visão deles acerca do que vive a sociedade humana atualmente.
Este livro tem como foco o cotidiano escolar do Ensino Superior, inserido numa sociedade, definida por Zygmunt Bauman, como líquida, em contraposição a um período sólido, de respostas certas ou erradas, com determinada estabilidade das relações interpessoais, denominada “Modernidade líquida”, em que as certezas são fluídas, as relações superficiais, passageiras, com as pessoas incentivadas ao consumo, entre outras características que podem transformar essas interações, inclusive na sala de aula com os alunos universitários.
Dessa forma, questiona-se como as relações entre professores(as) e alunos(as), no ensinar/aprender, podem ocorrer em tempos líquidos, com ênfase na formação humanista. Utilizando-se do referencial teórico freireano, defende-se nesta pesquisa e explanação que, por meio do diálogo e das experimentações (círculos de cultura, por exemplo) em sala de aula, torna-se possível conectar realidades e ampliar o pensamento para além da formação específica, incluindo uma ética voltada ao humano, num processo de ação-reflexão, que reforça a importância do diálogo em tempos líquidos para uma educação crítica.
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Consulte a disponiblidade da 1ª edição do livro “Educação Varejista? Bauman e Freire, o encontro que não aconteceu” escrito pela Doutora em Educação Mariana Domitila Padovani Martins (2020) através do nosso WhatsApp!