Mariana Domitila

Doutora em Educação e Mentora Transformacional

FOCALIZAÇÃO: Neurociência e PNL aplicadas

O quanto você está disposto a investir na sua capacidade de foco? 

É provável que você já tenha lido ou ouvido em algum lugar a seguinte frase: “Quem não sabe o que busca, não identifica o que acha”, de Immanuel Kant. Ou também aquele ditado:” Quem não sabe o que deseja, qualquer coisa serve”. 

Portanto, pode-se entender que ter foco é saber o que se objetiva. Estar focado, seria estar com a atenção direcionada para os elementos e complementos que de algum modo se relacionam com aquilo que se deseja ou as metas que se desenvolve. 

Assim, permita-se saber mais sobre focalização por meio das perguntas e respostas abaixo, e avalie: O quanto você está disposto a investir na sua capacidade de foco. 

Como se define a capacidade de ter foco?

O foco, relaciona-se com a capacidade de concentração e reflexão. Segundo os estudos da neurociência, estar focado requer utilizar de maneira intensa e estratégica as nossas estruturas corticais – camada cerebral responsável pelas ações mais racionais. O que não significa deixar as emoções de lado – as estruturas do sistema límbico. Pelo contrário, é desenvolver estratégias para gerenciar os impulsos emotivos, que ora ou outra, podem distrair a tal da concentração. Também entende-se, que ter foco implica em gerenciar o funcionamento da percepção humana, que naturalmente é seletiva, simplificadora e limitada no tempo. Frente a quantidade de informações que recebemos durante um único dia, apenas 10 a 15% é captado pela mente consciente, enquanto o restante fragmenta-se e espalha-se pelo inconsciente, e fora dele, pois enquanto seres humanos, faz-se impossível absorver e captar tudo ao que somos expostos. 

Segundo a Programação Neurolinguística, PNL, nossa percepção é composta por filtros universais. São eles: Omissão, Distorção e Generalização. Deste modo, este conceito, por meio de pesquisas comportamentais, realizadas desde a década de 70 (quando efetivamente nasceu a PNL), explica que as pessoas absorvem e representam (internamente e externamente) conteúdos recebidos, omitindo algumas informações, distorcendo outras e certamente generalizando outras! Esse processo, quando não compreendido e analisado, pode interferir na capacidade de ter foco.

Essa capacidade é uma característica que nasce com as pessoas ou que pode ser desenvolvida?

Aproveitando a deixa conceitual da própria PNL, que traz como um dos seus pressupostos que “Todas as pessoas já têm o recursos que necessitam – basta elas aprenderem – o como – se conectarem a eles efetivamente.” Portanto, podemos afirmar que todas as pessoas nascem com a possibilidade de ter foco, porém nem todas aprendem a desenvolver a tal capacidade. Eis que se faz possível desenvolver!

O que pode tirar o foco de alguém?

Geralmente atividades que proporcionam “prazeres e alegrias” a curto prazo, de satisfações momentâneas, pois nosso cérebro naturalmente busca economizar energia e esforço para adquirir recompensas. Ou seja, atividades, em que os processos são mais práticos e não necessitam de tanta reflexão para escolher ou tomar uma decisão. Basta observar as tendências mercadológicas que apresentam índices elevados de demanda relacionada a produtos e serviços que envolvam praticidade, instantaneidade e soluções prontas. 

A internet está criando uma geração de distraídos?

Não acredito que a culpa possa ser da Internet, mas certamente ela colabora com esta tendência comportamental, pois neste meio digital/virtual, as possibilidades de ser e estar no mundo de diversas maneiras multiplicam-se, o que a meu ver atraem as camadas mais emocionais e especificamente mais impulsivas do cérebro humano, levando muitas vezes as pessoas a perderem o foco daquilo que desejam realmente ou que se propuseram a fazer, para satisfazer necessidades passageiras. 

Quais são as estratégias indicadas para as pessoas que querem melhorar sua capacidade de concentração?

  • Primeiramente, entender o porquê verdadeiro do querer ter foco, e para o que especificamente. Qual seria o real sentido do objetivo ou meta, assim como compreender os principais benefícios para a vida da pessoa (seja na área que for…pessoal, profissional, saúde, família, etc.).
  • Desenvolver um planejamento com etapas, atividades individuais e prazos.
  • Como nosso cérebro funciona também por meio de neuroassociações, que resultam, segundo a PNL em âncoras direcionadoras, pode-se desenvolver o hábito de espalhar pelos ambientes em que se circula (casa, trabalho, etc.) e nos objetos ou aparelhos que se utiliza (celulares, computadores, espelhos, porta da geladeira, murais, etc.), palavras, frases, imagens, cores e sons, que tenham alguma relação direta com o objetivo, meta e atividades do planejamento desenvolvido.
  • Outra dica importante é pensar nos objetivos e metas de maneira positiva. Pensar realmente “naquilo que se quer” e não “naquilo que não se quer.” Por exemplo: ERRADO: _Ah, eu não quero ficar desempregado. CORRETO: Ah, eu quero manter meu emprego… Eu quero conquistar aquela vaga de emprego. – Desta forma, direcionamos o nosso foco para as coisas que realmente desejamos e que se relacionam com aquilo que de fato queremos.
  • Também é importante entender que algumas pessoas são mais visuais (imagens), outras são mais auditivas (sons) e outras mais cinestésicas (práticas). Ou seja, por meio da auto-observação, procurar compreender suas facilidades de atração da atenção e interesse.

Essas dicas estratégicas, quando adaptadas ao seu perfil e rotina, podem transformar positivamente a capacidade de focalização para manter o foco naquilo que realmente importa para você!

Publicado por

Mariana Domitila Padovani Martins
Doutora em Educação e Mentora Transformacional 🧠💡

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